Breve Introdução

Este Blog foi feito para o trabalho da Iniciação Científica da Escola Móbile iniciado em Julho de 2008. Seu tema principal é O Nazismo pelo olhar dos alemães. Nele, falo sobre todos os períodos desse movimento, focando principalmente o Terceiro Reich e a Atualidade, e seu maior precursor: Adolf Hitler. Nesse trabalho há inúmeros textos feitos com pesquisas cujas fontes são filmes, livros, pessoas e a internet. Os temas tratados dentro do assunto são diversos e não são de caráter político. Esse blog não é um fórum de debates, muito menos de apologia ao Nazismo. O leitor encontrará inúmeros pontos de vista, mas o objetivo principal não é de inciar um debate político ou ideológico. São apenas de informações históricas, com o mínimo possível de opiniões políticas pessoais.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Nazismo na Atualidade I

Muitos acham que o Nazismo não está mais presente no mundo desde o final da 2ª Guerra Mundial. Mas mesmo assim, escândalos continuam ocorrendo ao redor do mundo. Muitos ainda acreditam que as teorias do Partido estavam perfeitamente certas, mesmo que tenham se mostrado tão falhas e levado a perda da Guerra e ao suicídio de seu maior líder, Hitler. Pensando igual aos idealistas do Nazismo, muitas pessoas na atualidade causam inúmeros problemas e polêmicas.
Um exemplo das atrocidades desses seguidores do Nazismo ocorreu no dia 18 de Fevereiro de 2007, quando em Odessa, na Ucrânia, um monumento em homenagem às vítimas do Holocausto foi pichado com suásticas vermelhas e com a frase “Parabéns ao Holocausto”, de autoria desconhecida. Esse tipo de manifestação mostra o quão preconceituosas as pessoas ainda são e como algumas delas ainda apóiam a morte dos judeus, o que é quase anacrônico, pois esse tipo de opinião é considerada um crime para os dias de hoje. Ao mesmo tempo em que o monumento apareceu pichado, alguns túmulos também apareceram com a suàstica vermelha em um cemitério em Odessa. Um era muito distante do outro, por isso acredita-se que tenha sido algo planejado por um grupo de adeptos ao Nazismo.

Monumento ao Holocausto em Odessa na Ucrânia


Na Alemanha também há ainda resquícios do domínio Nazista. No dia 11 de Agosto de 2008, a Polícia alemã fechou um acampamento de férias feito por jovens neo-Nazistas no Norte da Alemanha perto de Rostock. Havia 39 crianças e adolescentes presentes e todos foram mandados de volta para casa. A polícia alemã alega estar cada vez mais preocupada com as formas como os grupos neo-Nazistas têm agido no país, cada vez mais violenta. Antes esses grupos evitavam usar a violência, agora têm atacado pessoas de esquerda e policiais, disse Joerg Ziecke, o chefe da polícia federal alemã ao jornal alemão Der Tagesspiegel. Ziecke. Ziecke mencionou também o conflito de 1º de Maio em Hamburgo, no qual 6000 pessoas protestaram contra uma marcha de 1500 simpatizantes do NPD (Partido Democrata Alemão, de extrema direita), tendo como resultado 60 pessoas e 20 policiais feridos. Além disso, falou que inúmeros incêndios foram provocados por grupos de direita. Cerca de 15 casos só no começo de 2008, muito mais do que em 2007.
No dia 22 de Setembro de 2007, a rede BBC noticiou outro caso de neo-Nazistas, dessa vez lançando campanhas em escolas alemãs. De acordo com a notícia, tudo começou com a distribuição de CDs de rock fazendo apologia ao Nazismo em escolas da Saxônia na Alemanha. Depois, a Procuradoria-Geral de Dresden apreendeu mais de 150 exemplares de uma revista chamada Perplex, que também exaltava o Nazismo e apoiava a descriminação de “professores e colegas estrangeiros”, chamando Hitler de “emissário da paz durante a Segunda Guerra Mundial”, os Aliados de “agentes da guerra” e incentivando os leitores a fazer das escolas “zonas nacionais livres”. Ambos foram exemplos da “campanha de marketing da extrema-direita alemã”, feitas pelo NPD, sendo que o alvo principal foram os jovens da antiga Alemanha Oriental. A revista logo foi considerada uma ameaça aos jovens pelo governo de Dresden, já que violavam as leis do país. Um inquérito foi aberto pelo procurador-geral Jürgen Schär contra o grupo “Jovens Nacionais-Democratas da Saxônia”, os responsáveis pela revista. Por outro lado, houve resposta na cidade de Brandenburg, onde foram distribuídas 10 mil cópias da revista. O NPD tem feito inúmeras coisas para promover o nazismo, o ódio racial e o nacionalismo, mas em contrapartida os governos têm feito inquéritos como o citado além de campanhas de informação. A Chanceler alemã Angela Merkel foi intensamente pressionada a tornar o NPD ilegal desde quando feirantes indianos foram brutalmente espancados por neo-nazistas na Saxônia.

Parte da Revista Perplex exaltando Hitler

São pessoas como as do partido NPD que tem espalhado horror por todo o mundo. Na França, em 2002, houve uma onda de ataques à Sinagogas. Incêndios as destruíram como na cidade francesa de Marselha. Um açougue kosher (de comida tipicamente judaica) também foi atacado a tiros na mesma época perto de uma vila chamada Toulouse e duas outras sinagogas foram destruídas em Lyon e Estrasburgo, porém não houve nenhuma vítima. A polícia não soube ao certo quem foram os causadores da destruição.
Líderes judaicos disseram que era algo feito por Nazistas que estariam tomando conta do país e que era impossível ser coincidência ou acidente. Para a queima foi usado petróleo, por isso presumiram que foi algo planejado, anti-semita. Alguns chegaram até a comparar os atos com “A Noite dos Cristais”, atentado contra judeus em parte da Europa, que também passou pela França e que é mencionado em outra parte do site. Por causa dos ataques, a segurança de edifícios e instituições judaicas foi fortemente reforçada. Por outro lado, ainda há pessoas que acreditam que os ataques tenham sido feitos por muçulmanos de origem africana por causa dos conflitos entre israelenses e palestinos no Oriente Médio, como ex-presidente francês, Jacques Chirac, que estava no poder durante os atentados.

Sinagoga destruída na França

Em Outubro de 2007, uma revista alemã chamada Stern divulgou uma pesquisa sobre o que os alemães achavam do Nazismo. Dentre os entrevistados, 25% achava que o Nazismo teve um lado positivo, que não foi algo totalmente ruim. Para essa parte, a construção de auto-estradas no país e a valorização da família foram aspectos extremamente positivos no Nazismo. Para os outros 70%, a era nazista não trouxe nada de bom. Foram entrevistadas mais de mil pessoas, sendo que os alemães mais velhos compõem a maior parte dos 25% que viu pontos positivos, ou seja, daqueles que apóiam de certa forma o Holocausto, a maioria é de idosos, 37% com mais de 60 anos versus 20% dos mais jovens. A pesquisa ocorreu devido a declarações de uma apresentadora alemã chamada Eva Herman, que elogiou a valorização da família no governo hitlerista e logo foi demitida do canal estatal ARD em que trabalhava. A entrevista está em uma parte da revista intitulada “A Armadilha Nazista” e ela provocou uma grande preocupação no conselho judaico alemão, que pediu ao governo mais persistência para combater o neo-Nazismo no país.


Capa de Revista Stern com a Apresentadora que causou a polêmica


Outra polêmica causada pelos Nazistas ocorreu em 2008, quando em um museu de cera de Madame Tussauds, em Berlim, foi exposto um boneco de Hitler sentado à mesa em seu Bunker, em suas últimas horas de vida antes do suicídio. Muitos políticos e judeus criticaram a estátua, principalmente pelo fato de o museu se localizar na região de um enorme memorial do Holocausto. A estátua ficou no mesmo espaço em que outros políticos alemães ficaram, sendo que muitos acham que esse boneco não deveria ser exposto junto a celebridades famosas, mas mesmo assim, a diretora do museu Susanne Keller alegou que Hitler “está sendo exposto de maneira apropriada”.
Além disso, o boneco não pode ser tocado nem fotografado, como “um sinal de respeito aos milhões de vítimas do nazismo”, para não atrair neo-Nazistas, mas também para que não haja homenagem alguma a um ditador criminoso e assassino como Hitler. Uma coisa interessante é que Hitler está exposto em inúmeros outros museus Madame Tussauds ( rede de museus famosos de cera), mas esse foi o único que causou polêmica, já que fica no lugar em que tudo de ruim ocorreu.


Não é só na Europa que ocorrem polêmicas manifestações Nazistas. Em Novembro de 2007, na América do Sul foi lançada a campanha “Operação: Última Chance”, cuja missão é encontrar os últimos nazistas restantes e processá-los pelos crimes cometidos durante o período mais forte do regime, entre 1933 e 1945. A operação foi lançada na Argentina, Chile, Uruguai e Brasil, outros países já faziam parte.
Ela exige campanhas na mídia e oferece dinheiro para quem fornecer alguma informação, uma recompensa. A América Latina foi um dos destinos para onde os nazistas foram quando foram derrotados na Segunda Guerra Mundial, por isso há muitas expectativas de retorno com essa campanha na região mencionada. Essa operação havia começado em 2002 na Lituânia, Letônia e Estônia e com ela já descobriram 488 nomes suspeitos em 20 países e já foram pegos 99 nazistas, que foram entregues a promotorias públicas, além de três mandatos de prisão, dois pedidos de extradição e inúmeras investigações.
O fundador da operação foi um homem, vítima do Holocausto, Simon Wiesenthal, que faleceu em 2005. Ele ajudou a pegar mais de mil nazistas. São campanhas como estas que ajudam a pegar os causadores de tantas mortes. Aqueles mais poderosos e sobreviventes do Nazismo são prioridade e aos poucos vão sendo pegos. Apenas procurar os antigos apoiadores só acaba com quem já causou danos à sociedade, mas se os movimentos neo-nazistas não forem barrados, tragédias poderão ocorrer.
Em 2007 também houve uma vitória contra os Nazistas, contra os novos nazistas, os neo-nazistas que estavam em Israel. A polícia israelense prendeu uma gangue acusada de inúmeros ataques contra estrangeiros, gays e religiosos judeus, composta de 8 homens entre 16 e 21 anos, que eram cidadãos israelenses vindos de países da ex-URSS. Junto com a gangue foram encontrados uniformes nazistas, retratos de Hitler, facas, armas e explosivos. O grupo começou a ser investigado após um ato de vandalismo do grupo, que pichou com Suásticas Nazistas e o nome de Adolf Hitler uma sinagoga em Petah Tikva, uma cidade ao leste de Tel Aviv em Israel. A gangue filmava alguns ataques contra os gays, judeus ortodoxos e viciados em drogas.

Foto dos integrantes neo-Nazistas da gangue fazendo a Saudação Nazista

A parte mais curiosa é que eles moravam em Israel, o que é quase inimaginável, e também tinham parentes judeus, pois vieram para Israel por causa da Lei do Retorno, que faz com que pessoas com ao menos uma avó ou avô judeu possa permanecer no país e ser cidadão israelense.
Além de neo-Nazistas e antigos Nazistas remanescentes, há também um caso específico sobre uma celebridade que “brincou” de ser Nazista. Foi o caso do príncipe inglês Harry of Gales, ou Henrique de Gales, membro da Família Real Britânica e neto da Rainha Elizabeth II. O príncipe, em Janeiro de 2005, saiu para uma festa à fantasia com o tema “Colônias e Nativos” fantasiado de Nazista, com uniforme com a Bandeira Alemã e com a Suástica Nazista estampada em sua roupa. Depois de um tempo, o príncipe mandou uma carta de desculpas “por ter causado qualquer ofensa” com “pobre escolha” que fez.

Revista The Sun que tirou a foto do príncipe de Nazista


Alguns consideraram a roupa como uma “ofensa contra a humanidade”, principalmente por ter vindo de alguém como um príncipe. A maior ironia é que a Inglaterra havia vencido os nazistas na Segunda Guerra Mundial, e, além disso, todos sabem que Harry de forma alguma é desinformado, por isso a grande atenção dada à gafe. Por outro lado, seu bisavô Eduardo VIII, disse que “se tivesse que escolher entre o nazismo e o comunismo, escolheria o comunismo”, apesar de na verdade, preferir de fato o nazismo. Muitos também acham que essa “rebeldia” do príncipe se deu por ter perdido a mãe cedo. Ele é acusado de ser príncipe bastardo, não é o primogênito, por isso não será Rei em um primeiro momento. Há além disso outros problemas que podem de certa forma justificar suas atitudes, mas o fato da forma como ocorreu, foi uma ofensa tão enorme que parece que desculpas não servem.
No final das contas, Harry escolhe os inimigos aos heróis nacionais e mesmo internacionais, o que demonstra a tamanha ofensa cometida. E, além disso, com o Nazismo não se brinca. Foi algo tão devastador e doloroso para o mundo, que deveria ser extinguido de qualquer forma.
Ao observar tais acontecimentos, podemos chegar a uma conclusão. O Nazismo não trouxe quase nada de bom para a sociedade atual. Apenas tristeza, mortes, dor, sofrimento e um mundo totalmente traumatizado. Não é a toa que todos querem acabar com os Nazistas que sobraram do período e não deixar com que os novos tenham sequer espaço para respirar. Quanto mais cedo o nazismo for extinto, mais cedo o mundo parará de ter medo de que tudo ocorra de novo, já que na própria história, a maioria das coisas ocorre duas vezes. Um exemplo disso é o próprio Hitler que perdeu a batalha na URSS da mesma forma que Napoleão, perdeu para o frio.
Às vezes, esquecer o passado pode não ser uma idéia tão boa, mas sim relembrá-lo e com ele ajustar o futuro, aí mudanças significativas podem ocorrer e nos previnir para que não repitamos o erro. Agora só falta fazer com que todos entendam que as mortes e o sofrimento causado pelo Nazismo foi definitivamente um grande e estrondoso erro.


Bibliografia

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http://operationlastchance.com/
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http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952005000100005&lng=pt&nrm=is
http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_de_Gales
http://pt.wikipedia.org/wiki/Madame_Tussauds
http://bokertov.typepad.com/btb/images/prince_harry_swastika.jpg

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